Santa Maria Goretti, uma mártir da castidade em nosso meio

Seu nome de batismo era Maria Resa Goretti, nasceu em 16 de Outubro de 1890, em Corinaldo, Provincia de Ancona, Itália, filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini. Era a terceira de seis filhos. Suas irmãs chamavam-se Teresa e Ersilia; seus irmãos eram Angelo, Sandrino e Mariano.

Quando tinha seis anos, sua família tornou-se tão pobre que foram forçados a deixar sua fazenda e trabalhar para outros fazendeiros. O pai de maria, Luigi contraiu malária e morreu quando ela tinha apenas nove anos. Enquanto seus irmãos, mãe e irmãs mais velhas trabalhavam nos campos, Maria cozinhava, limpava a casa e cuidava de sua irmã menor. Era uma vida dificil, mas a família estava sempre próxima, compartilhando um profundo amor por Deus e sua fé. Após algum tempo, em 1899, se mudaram para Le Ferriere, próximo a atual Latina e Nettuno, em Lazio, onde viviam em prédio conhecido como "La Cascina Antica", compartilhada com a família Serenelli, incluindo seu filho Alessandro.

Em 5 de Julho de 1902, Alessandro Serenelli, um jovem de 20 anos, encontrou a menina costurando, sozinha em casa, ele entrou e a ameaçou de morte se ela não fizesse o que ele mandara, ele pretendia estuprá-la. Ela não se submeteu, ajoelhou-se, protestando que seria um pecado mortal e avisando Alessandro que poderia ir para o Inferno. Ela desesperadamente lutou para evitar o estupro, gritava "Não! É um pecado! Deus não precisa disto!". Alessandro primeiro tentou controlá-la, mas como ela insistia que preferia morrer, ela a apunhalou 11 vezes. Ferida, Maria tentou alcançar a porta, mas ele a agarrou e deu mais três punhaladas, antes de fugir. Os ferimentos atingiram a garganta, coração, pulmões e diafragma. Os cirurgiões no hospital ficaram surpresos que ela ainda estivesse viva. Na presença do chefe de polícia, Maria disse a sua mãe que Alessandro já havia tentado estuprá-la duas vezes. Como ele a ameaçava de morte, ela não contou para ninguém.

A irmã menor de Maria acordou com o barulho e começou a chorar. Quando o pai de Alessandro e a sua mãe chegaram, encontraram Maria sangrando. Levaram-na para o hospital em Netuno. Ela foi operada, sem anestesia, mas os ferimentos estavam além da capacidade dos médicos. Durante a cirurgia, Maria recobrou os sentidos e insistiu que preferia ficar acordada. O farmacêutico do hospital respondeu: "Maria, quando estiveres no céu, pense em mim". Ela olhou para o homem e disse: "Mas quem sabe qual de nós chegará primeiro ao céu?". Ele respondeu "Você, Maria", "Então ficarei feliz em pensar em você". No dia seguinte, ela perdoou seu agressor e afirmou que gostaria de encontrá-lo no Céu. Morreu vinte horas após o ataque enquanto olhava uma bela pintura da Virgem Maria. Inspirada em suas mestras Santa Cecília e Santa Inês, aceitou o martírio piedosamente.

Alessandro Serenelli foi capturado logo após a morte de Maria. Inicialmente, seria condenado à prisão perpétua, mas como era menor, a sentença foi comutada para 30 anos na prisão. Ele manteve-se isolado do mundo por três anos, sem demonstrar arrependimento. Até o bispo local, Monsenhor Giovanni Blandini visitá-lo na cadeia. Serenelli escreveu uma nota de agradecimento ao bispo, pedindo que o incluísse em suas orações e contando sobre um sonho que tivera, onde a santa lhe alcançava flores, que se queimavam imediatamente em suas mãos.

Após sair da prisão, visitou a mãe de Maria, Assunta, e implorou seu perdão. Ela respondeu que se a filha lhe havia perdoado em seu leito de morte, ela não poderia fazer diferente. No seguinte, ambos foram juntos a Santa Missa, recebendo a Eucaristia lado a lado. Ele foi aceito na Ordem Menor dos Frades Capuchinhos, vivendo em um monastério e trabalhando como recepcionista e jardineiro até morrer tranquilamente em 1970. Referia-se a Maria como "sua pequena santa" e esteve presente na sua canonização.

Em 24 de Junho de 1950, o Papa Pio XII canonizou Maria Goretti, em uma cerimônia atendida pela sua mãe Assunta, e seu assassino, Alessandro. Na homilia ele disse:

"Todos conhecem o terrível combate que esta virgem teve que travar. Contra ela, levantou-se subitamente uma tremenda e cega tempestade que tentou manchar e violar a candura angélica. Mas, ao ver-se em tão grave situação, ela poderia ter repetido ao divino Redentor as palavras daquele livrinho de ouro, A Imitação de Cristo: 'Ainda que eu seja tentada e provada por muitas tribulações, não temerei mal algum; contanto que a vossa graça esteja comigo. Ela é minha força; ela me aconselha e ajuda. É mais poderosa do que todos os inimigos'. Por isso, protegida pela graça celeste, à qual correspondeu com uma vontade forte e generosa, entregou a sua vida, mas não perdeu a glória da virgindade.

Na vida desta humilde mocinha, que esboçamos com leves traços, pode-se ver um espetáculo não apenas digno do céu, mas digno também de ser admirado e respeitado pelas pessoas do nosso tempo. Aprendam os pais e mães de família como é necessário educar com retidão, santidade e firmeza os filhos que Deus lhes deu e formá-los na obediência aos aos preceitos da religião católica; de tal modo que, se sua virtude for submetida a dura prova, possam superá-la, saindo dela vencedores, sem feridas e sem manchas, íntegros e incontaminados, com a ajuda da graça divina.

Aprenda a alegre infância, aprenda a ardorosa juventude a não cair tristemente nos volúveis e vazios prazeres da paixão, a não ceder perante as seduções do vício; mas, pelo contrário, a lutar com entusiasmo, mesmo em situações difíceis e espinhosas, para alcançar aquela perfeição cristã de bons costumes. Todos nós podemos atingir de certo modo tal perfeição, com a força de vontade, ajudada pela graça divina, por meio do esforço, do trabalho e da oração.

De fato, nem todos somos chamados a sofrer martírio; mas todos somos chamados a praticar virtudes cristãs. A virtude, porém, requer energia; mesmo sem atingir as alturas da fortaleza desta angélica menina, nem por isso obriga menos a um cuidado contínuo e muito atento, que deve ser sempre mantido por nós até o fim da vida. Por isso, semelhante esforço bem pode ser considerado um martírio lento e constante. A isto nos convidam as palavras de Jesus Cristo: O reino dos céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12).

Esforcemo-nos todos por alcançar este objetivo, confiados na graça de céu. Sirva-nos de estímulo a santa virgem e mártir Maria Goretti. Que ela, da mansão celeste, onde goza da felicidade eterna, interceda por nós junto ao divino Redentor, a fim de que todos, nas condições de vida que são as nossas, sigamos os seus gloriosos passos com generosidade, vontade firme e obras de virtude."


Santa Maria Goretti, rogai por nós!


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