"Bento é assim chamado ou porque abençoou muito, ou porque recebeu nesta vida muitas bençãos, ou porque todos o abençoaram, ou porque mereceu a bênção eterna".
Nasceu em Núrsia, interior da Itália. Ainda jovem foi enviado para Roma para estudar, porém não se adaptou a vida degredada da cidade grande e decidiu isolar-se como religioso. Um grupo de monges o convenceu a tornar-se líder deles e começaram a seguir as ordens de São Bento. Os monges não se adaptaram as duras regras impostas por São Bento e decidiram envenená-lo. Ao abençoar o cálice que continha veneno, este se quebrou em diversos pedaços, e conseguinte o plano foi descoberto.
Abandonou estes monges e seguiu por diversos lugares até chegar a Monte Cassino onde fundou um mosteiro e redigiu a Regra por qual este e outros mosteiros deveriam se orientar.
Sem dúvida a medalha de São Bento é uma das mais veneradas pelos fiéis. A ela se atribuem poder e remédio, seja contra certas enfermidades do homem e animais, ou contra os males que podem afetar o espírito, como as tentações do poder do mal. É frequente também colocá-la nos cimentos de novos edifícios como garantia de segurança e bem-estar de seus moradores.
A origem desta medalha se fundamenta em uma verdade e experiência do cunho espiritual que aparece na vida de São Bento tal como a descreve o papa São Gregório no Livro II dos Diálogos. O pai dos monges usou com frequência do sinal da cruz como sinal de salvação, de verdade, e purificação dos sentidos. São Bento quebrou o vaso que continha veneno com o sinal da cruz feito sobre ele. Quando os monges eram perturbados pelo maligno, o santo mandava que fizessem o sinal da cruz sobre seus corações. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever. Tudo isso não faz mais que convidar seus discípulos a considerar a santa cruz como sinal benfeitor que simboliza a paixão salvadora do Senhor, porque se venceu o poder do mal e da morte.
A medalha tal como hoje a conhecemos, remonta ao século XII ou XIV ou talvez a uma época anterior de sua história. No século XVII, em Nattenberg, na Baviera, em um processo contra umas mulheres acusadas de bruxaria, elas reconheceram que nunca haviam podido influir malignamente contra o mosteiro beneditino de Metten porque estava protegido por uma cruz. Feitas, com curiosidade, investigações sobre essa cruz, descobriram que nas paredes do mosteiro estavam pintadas várias cruzes com algumas siglas misteriosas que não puderam ser decifradas. Continuando a investigação entre os códices da antiga biblioteca do mosteiro, foi encontrada a chave das misteriosas siglas em um livro do século XIV. Assim sendo, entre as figuras aparece uma de São Bento segurando com a mão direita uma cruz que continha parte do texto que se encontrava só em suas letras iniciais nas hastes das cruzes pintadas nas paredes do mosteiro de Metten, e na esquerda portava una bandeirola com a continuação do texto que completava todas as siglas até àquele momento misteriosas.
Gregório narra a visão que Bento teve quando sua vida chegava ao fim: "De súbito, na calada da noite, olhou para cima e viu uma luz que se difundia do alto e dissipava as trevas da noite, brilhando com tal esplendor que, apesar de raiar nas trevas, superava o dia em claridade. Nesta visão, seguiu-se uma coisa admirável, pois, como depois ele mesmo contou, também o mundo inteiro lhe apareceu ante os olhos, como que concentrado num só raio de sol".Senhor, abre meus lábios e minha boca anunciará teu louvor.
(Salmo 50, 17; Regra beneditina, capítulo 19, 1)
http://www.starnews2001.com.br/benedictus.html;
http://www.cot.org.br/igreja/sao-bento.php
Legenda Áurea - Jacopo de Varazze - Editora Companhia das Letras