História da princesa Isabel e sua devoção a Nossa Senhora Aparecida

A história da princesa Isabel com Nossa Senhora Aparecida é muito bonita e conhecida por poucos.
A princesa Isabel era devota fervorosa de Nossa Senhora Aparecida e tinha o sonho de ser mãe de um menino que herdasse o trono da realeza.

Com o objetivo de ser mãe a qualquer custo, a princesa Isabel sofreu vários abortos espontâneos e a primeira gravidez que conseguiu levar até os nove meses foi frustrante, porque resultou no nascimento de uma menina morta. Após um trabalho de parto difícil e muito doloroso de 50 horas, quatro obstetras não conseguiram extrair o feto, foi necessária uma craniotomia, um procedimento rotineiro na época, que consistia na perfuração da cabeça da criança com o objetivo de reduzir o volume cerebral para a passagem do bebê. Como podemos ver foi um momento muito triste, mas muito persistente a devota de Nossa Senhora Aparecida, Dona Isabel, pedia com muita fé o favor da santa de lhe conceder um filho e se dedicava no mês de Maria limpando e adornando, com flores frescas, diariamente, a Igreja de Petrópolis onde morava. Um ano após perder a filha, a princesa deu luz ao herdeiro do trono. No dia 15 de outubro de 1875, após 13 horas de trabalho de parto nasceu Dom Pedro de Alcântara. O menino nasceu asfixiado em consequência do fórcipe e sofreu lesões no braço esquerdo, que ficou paralisado. Devido ao problema ele foi apelidado de Mão Seca.

Foi com muita fé que a princesa Isabel conseguiu realizar o sonho de ter um filho, após 11 anos de casada. Nos anos seguintes a realeza brasileira ganhou outros dois herdeiros, Dom Luiz Maria e Dom Antonio.

Por duas vezes, durante o Império, a princesa se fez romeira da santa e lhe ofereceu, régios presentes. Em dezembro de 1868, ofereceu-lhe um manto, com 21 estados brasileiros; em 6 de novembro de 1884, ofereceu-lhe uma coroa de ouro , cravejada de brilhantes, a mesma com que a Imagem foi coroada Rainha do Brasil de 1904 e que está na imagem, em Aparecida do Norte, até hoje.

Isabel, filha do último Imperador do Brasil, Dom Pedro II, nasceu em julho de 1846. Casou-se com 18 anos, com Dom Luiz Felipe d’Orleans, o Conde d’Eu, e governou o Brasil por três vezes. Na terceira vez, assinou a Lei Áurea, e aboliu a escravidão.

Por esse motivo nobre o Papa Leão XIII lhe concedeu a Rosa de Ouro, em 28 de setembro de 1888. A princesa foi a única brasileira a receber a rosa de ouro. Os outros dois exemplares foram dedicados ao Santuário Nacional de Aparecida pelos Papas Paulo VI em 1965 e Bento XVI em 2007.
A história de Aparecida tem outro fato curioso sobre a passagem da princesa Isabel.

No ano de 1857, o escravo Zacarias fugiu de Curitiba e foi para Bananal, cidade de São Paulo, sendo preso e algemado. Ao Passar pela Capela de Aparecida, pediu ao feitor a licença de ver Nossa Senhora Aparecida e ele permitiu. Ao fazer o seu pedido de clemência por liberdade, o escravo se ajoelhou e ergueu os braços algemados e fez a prece. A corrente caiu, tinindo no chão. Foi um dos primeiros milagres conhecidos de Nossa Senhora Aparecida a correr pelas vilas vizinhas e pela província.

Quando aconteceu o milagre da libertação de Zacarias, todos os escravos tinham a esperança de também serem libertos. Outro escravo conseguiu autorização do feitor para entrar na Capela. Rezou e fez o mesmo pedido, mas a correntes não se abriu. Ele rezou tristemente e ficou decepcionado por não ter alcançado o milagre. Levantou-se e descendo a antiga rua da calçada, hoje ladeira Monte Carmelo, no centro de Aparecida, viu a comitiva real. O escrevo ajoelhou-se e pediu a benção da princesa. Dona Isabel ordenou então que o escravo fosse posto em liberdade. As correntes não caíram no chão como o do escravo Zacarias, mas Nossa Senhora fez com que a princesa fosse tocada pelo gesto do escravo e lhe concedesse a libertação dos escravos. Dona Isabel recebeu o titulo de Redentora. Após 32 anos de desterro, a princesa faleceu em Paris no dia 14 de outubro de 1921.


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