A história trata de três pessoas, uma mãe viúva que tem de lidar com a árdua tarefa de criar o filho pequeno, um motorista que recebe a notícia da doença do filho e uma idosa cansada dependência no final da vida. As diferentes situações dos três personagens acabam convergindo na igreja que fica no centro da cidade. A ajuda surge de onde menos essas três pessoas esperam: do menino do sinal de trânsito, de um adolescente que esquece da vida no ônibus ou de um faxineiro de igreja. A ajuda prestada a essas três pessoas que sofrem poderia ser resumida na frase: "às vezes a dor tem que ser compartilhada para ser compreendida". Possivelmente para mostrar que Deus está à nossa espera, em qualquer paróquia vivo e real na eucaristia, ainda que nem sempre enxerguemos bem essa verdade.
Na verdade, o menino do sinal, o adolescente e o faxineiro são anjos disfarçados que encaminham sutilmente os três para a igreja no centro da cidade. Lá, por uma graça extraordinária, os três conseguem ver a Missa de uma forma mística. Eles passam a ver demônios que surgem de todos os cantos para distraírem ou incitarem os fiéis a pecar, anjos que defendem aqueles que estão atentos e em oração, a Virgem Maria que aparece para consolar as dores de um dos personagens, os anjos que levam as petições e oferendas a Deus durante o ofertório, as almas dos bem-aventurados e a das almas do purgatório, etc.
O filme é uma forma "plástica", como dizem alguns liturgistas, de esclarecer que as partes da Missa que vemos fisicamente são ínfimas em relação ao todo. Logo que assisti ao filme, lembrei-me das visões místicas do padre alemão João Batista Reus, que via o rosto de Cristo na hóstia, chamas saírem de suas mãos ao abençoar os fiéis, anjos e santos cantando e adorando a Deus no momento da consagração, etc. Outros santos também já tiveram esse tipo de visão durante o culto eucarístico e isso nos faz pensar que é um filme extremamente real do ponto de vista da experiência dos santos.
A mensagem que fica, é, sem dúvida, a de que a Missa é um mistério que transcende em muito nosso entendimento. É um convite a ir além, a não contemplar esse mistério de longe, com estranhamento, mas entrar nele e adorar a Deus de forma mais intensa - "em espírito e em verdade" (Jo 4).
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