#Gotasdeformação: Sexta - Feira da Paixão do Senhor

          O clímax da vida de Cristo é a sua Paixão, desde a última ceia com os apóstolos até a sua Ressurreição Gloriosa. A Páscoa é o ponto alto, mas antes de Ressuscitarmos com Cristo, precisamos morrer com ele, antes de nos alegrarmos, choraremos, e antes de ver o verdadeiro fim, que é para nós o começo, é preciso passar pelo dia em que tudo parecia ter fim. No Tríduo Pascal, comemoramos esses dias do Senhor Jesus. Comemoramos não porque festejamos, mas porque nos lembramos juntos. Tudo conspira para revivermos aqueles dias intensos e na Liturgia nós realmente vamos vivê-los ao lado do nosso Salvador. Mesmo as mortificações a que a Igreja nos manda oferecer, pelas quais nos absteremos de todo tipo de carne, a não ser o peixe, e tomaremos apenas uma refeição completa, ainda que sóbria, e nos máximo dois pequenos lanches, nos privando dos prazeres da mesa pelo jejum.

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           Semana Santa, Sexta-feira da Paixão, o dia da morte de Cristo. É para nós um dia de luto e silêncio, porque vemos o dia em que pediu-se sangue aos gritos. Precisamos sentir a dor de Jesus hoje, porque é o dia em que ele assumiu as nossas dores. Deus hoje morre por mim. Sob o sol do meio dia, Deus será tratado como lixo e, às três da tarde, a escuridão anunciará que Deus morreu pelo homem ingrato.

           A Santa Igreja nos convida neste dia a tomar parte na Ação Litúrgica da Paixão do Senhor. Neste dia e no seguinte não se celebram os sacramentos, por isso vemos a única cerimônia do Rito Romano em que o sacerdote usará a casula fora da Missa. No grande dia em que Jesus ofereceu o sacrifício definitivo sobre o Calvário, o sacerdote sobe ao altar não para atualizar esse sacrifício. Só podemos calar e contemplar a loucura de amor do Deus que se vestiu de humanidade até o fim. Tendo retomado a solenidade na Missa da Quinta-Feira Santa, quando Jesus adiantou o seu Sacrifício oferecendo-se na Eucaristia pela primeira vez e dando a ordem aos apóstolos, hoje nos recolhemos mais profundamente do que jamais fizemos em toda a Quaresma. Nosso deserto não se compara ao Senhor Crucificado.

          Chama-se também essa cerimônia de Liturgia dos Pré-Santificados, porque receberemos o Senhor no Sacramento consagrado no dia anterior, na Missa da Ceia do Senhor. Toda partícula anteriormente consagrada foi consumida na Quarta-feira santa, segundo orienta o Missal Romano. Além disso, adoraremos o mistério da sua cruz. Nós nos prostaremos diante daquele que não podemos conter. Deus está além de nós, mas mesmo vindo a nós, não somos capazes de entender o seu amor, não podemos nada diante da sua Cruz. Seu sangue nos impõe o silêncio. É tudo o que temos a fazer, depois de ver a sua Paixão na Narração tirada de São João, que hoje faz as vezes do Evangelho.

Foto Pascom Santa Teresinha: Semana Santa 2016

          É costume neste dia, para meditar mais a fundo a Paixão do Senhor, sair em procissão e ouvir sermões. Tanto acontece nesse dia, é tudo tão profundo, que se falássemos até a noite ainda não esgotaríamos tudo. Já cedo, caminhamos pelas ruas para a Procissão do Encontro, quando sentiremos a dor da Mãe da Piedade, que terá que ver o seu filho inocente dar a vida pelos culpados que do alto da cruz ele lhe dará como filhos. Como não ter o coração apertado diante da Virgem Dolorosa? Ao ver o Senhor dos Passos pelos seus olhos imaculados? Juntos, ouviremos o Sermão das Sete Palavras e as poucas frases do Filho de Deus nos levarão a rever toda a nossa vida.

         Ficaremos tristes, sim. É preciso que nos entristeçamos com o suplício daquele que amamos acima de todas as coisas, com todo o nosso coração, com todo o nosso entendimento. Ao sair da Igreja para a Procissão do Senhor Morto, vamos com ele ao Sepulcro, vamos deixar o seu corpo sem vida. Não veremos os apóstolos lá, a não ser São João, porque nesse momento mais intenso, ele foi abandonado pelos seus. Pedro, que disse que jamais o deixaria, começou seguindo-o de longe e por fim o negou, fingiu que não o conhecia. O senhor foi abandonado. E nós estaremos de luto para sepultá-lo, para prestar as nossas homenagens, pedindo que não permita que nos separemos dele, porque nós também o abandonamos e matamos com os nossos pecados. Choremos, porque fomos nós que o condenamos. Seremos nós a condená-lo de novo quando voltarmos a pecar, quando quisermos tomar dele a soberania sobre a nossa vida, quando dissermos que sabemos mais que ele, que a Igreja, seu Corpo, sua Esposa, nossa Mãe, não tem nada a nos dizer. Rebeldia.

        Tudo parece acabado. O sonho se perdeu. A salvação, a liberdade... Agora ele está morto. Esse foi o sentimento dos seus discípulos. Mas nós ouvimos as suas promessas. Nós conhecemos o final. Mesmo assim, peçamos para estar ali e viver a fé de Maria, que creu na Ressurreição. Creiamos com ela na Esperança que não nos decepcionará. A derrota será vitória. O ódio será amor. E da impiedade virá o perdão. Choremos, esperando o secar de nossas lágrimas pelo sorriso da Ressurreição. Esperemos para chorar de alegria com Madalena na madrugada de domingo.

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